sexta-feira, 25 de junho de 2010

Republicanismo e República VIII

A Acalmação

As mortes do rei, D. Carlos e do príncipe-real, D. Luís Filipe, ocorridas a 1 de Fevereiro de 1908, ditaram o fim imediato da ditadura franquista e soaram como um «toque a finados» para a monarquia em Portugal.

Sentado no trono por força das circunstâncias, D. Manuel, filho segundo de D. Carlos, após a demissão e expatriação de João Franco, ensaiava a formação de um governo com apoio parlamentar, ao estilo de governos da monarquia constitucional anteriores à ditadura. Nesse passo, a solução encontrada foi a criação de um gabinete (dito de «acalmação») de composição heteróclita, composto por regeneradores, progressistas e independentes e presidido pelo almirante Ferreira do Amaral. Abriram-se então as prisões que encerravam presos políticos e revogaram-se os decretos mais opressivos da ditadura, mormente quanto a Leis de Imprensa e quanto ao julgamento de crimes de natureza política por Tribunais Criminais.

Não obstante estas tentativas de pacificação da sociedade portuguesa, o período histórico compreendido entre Fevereiro de 1908 e Outubro de 1910, foi sobretudo marcado pelo progressivo apagamento dos agrupamentos partidários da área monárquica e pelo fortalecimento do Partido Republicano Português (PRP), traduzido pelo número e importância das adesões entretanto registadas e pelos resultados obtidos em eleições para Câmaras Municipais e para o Parlamento.

Em Maio de 1908, na sequência do Congresso de Coimbra, o PRP pela mão da sua ala reformista, propôs à monarquia de D. Manuel a celebração de um entendimento, a que foi dado o nome de Pacto Liberal. Um documento elaborado por Afonso Costa consubstanciava um conjunto de reivindicações, em que, sobretudo, se exigia o restabelecimento das liberdades de imprensa, de reunião e de associação e a revisão da Carta Constitucional. Em troca, o PRP prometia relegar para um plano secundário as suas aspirações à governação. A proposta terá sido bem recebida pelos progressistas e pelo próprio rei, todavia acabou por ser inviabilizada pelo Partido Regenerador e, de acordo com as palavras de José Relvas (um dos moderados do PRP) em Memórias Políticas, inviabilizado também pela «impenitente acção da Rainha».

A partir de então alcançou preponderância decisiva, no seio do PRP, a acção revolucionária, preponderância que veio a ser confirmada e ratificada pelo congresso de Setúbal de 1909, ainda que por vitória minguada.

Paralelamente, corria a acção da Carbonária, visível sobretudo no aliciamento de militares de baixa patente para a causa da revolução. E, num misto de conspirata e de luta legal, os republicanos promoviam activíssima propaganda, graças à colaboração prestimosa de uma imprensa própria ou simpatizante, moldando assim a opinião pública no sentido profundo da ideia de que as mais lídimas aspirações dos portugueses teriam completa realização com o «inevitável» advento da República. Por outro lado, organizações afiliadas do PRP (centros, clubes, ligas, grémios) espalhadas pelo país promoviam espectáculos musicais e teatrais, criavam gabinetes de leitura e de informação eleitoral, organizavam excursões e abriam cantinas, tudo sob o impulso de uma forte acção doutrinária orientada para as camadas populares e para a pequena burguesia. Perante este fogo de barragem do armamento republicano, a coroa e os sucessivos governos a que deu posse – seis que foram – nunca estiveram senhores da situação. Como disse Raul Brandão nas suas Memórias:

“ […] o que resta de pé não passa de ficção. Quem manda, quem governa, mesmo na oposição, são os republicanos […] Sucedem-se os governos, mas a força é outra, que se sente por trás do cenário”.

Publicado por Fernando Fava

Memorial Republicano LIII

Um livro infame: "O Marquês da Bacalhôa"

As qualidades intelectuais e artísticas que não podiam ser negadas a D. Carlos, notável pintor naturalista e estudioso dos recursos oceanográficos da costa portuguesa, faziam contraste com o seu fundo de carácter, hedonista e sobranceiro. O monarca tratava toda a gente por tu, desde os serviçais do Paço aos chefes dos governos. Era dado aos “prazeres da carne”, estando longe de constituir um modelo de marido exemplar. Coleccionava amantes e rumava frequentemente a Paris, para beber champanhe na companhia de coristas complacentes. Constava que nos regressos ao pátrio torrão, ao cruzar a fronteira, proferia desabafos como este: “Cá regresso eu à piolheira”. Um dos inúmeros escândalos de costumes do seu reinado teve-o como protagonista. D. Carlos quis ter por perto uma senhora com quem se relacionara intimamente. Por isso, mandou comprar, através da mediação do juiz António Maria da Veiga, espécie de inquisidor-mor das políticas oposicionistas, dois prédios bem próximo do Paço da Ajuda, mais concretamente na zona de Belém, para que as suas visitas fossem mais cómodas e talvez mais frequentes. Mas o caso transpirou para a opinião pública com grande estrondo. O próprio jornal republicano A Luta lhe fez publicidade, declarando em letra redonda que a compra apenas se destinara a encobrir os amores clandestinos do rei. O caso atingiu tais proporções que João Franco teve de destituir das suas funções o juiz Veiga. Por outro lado, a rainha-mãe, D. Maria Pia, embora bastante popular junto dos mais humildes, dava-se a gastos sumptuários e parecia não ter a mais pequena ideia da situação angustiosa das finanças públicas do Reino. Todos estavam lembrados da avultada quantia de mais de cinquenta contos de réis que D. Maria Pia gastara nas obras do seu guarda-roupa do Palácio da Ajuda. As críticas, por isso, dardejavam com frequência, alvejando a família real e atingindo-a na sua própria dignidade. Sendo caçador inveterado, D. Carlos ausentava-se de Lisboa mais vezes do que o bom senso aconselharia, procurando nas suas coutadas de Vila Viçosa as peças de caça que a sua pontaria ia abatendo.

Não foi surpresa, por isso, que António de Albuquerque, um plumitivo sem grandes escrúpulos e também sem grandes talentos literários, fizesse surgir sob anonimato um romance panfleto infamante para D. Carlos e os seus familiares, intitulado O Marquês da Bacalhôa. O livro apareceu em meados de Janeiro de 1908 e fez imediatamente um sucesso estrondoso. Dado o seu conteúdo escandaloso, foi imediatamente apreendido. Mas isso só lhe aumentou a procura, continuando a circular e a ter potenciais leitores, que o procuravam obter por portas travessas. O tema central, nele desenvolvido, residia numa descrição deplorável da vida do Paço e dos mais directos familiares do rei. Eram todos caracterizados como dissolutos, sensuais e dúplices, faltando a todos os compromissos, mesmo os conjugais. Em suma, o livro era um registo imaginário de cenas de alcova e de episódios deslustrantes, enxovalhando a todos os níveis a realeza e a aristocracia mais próxima da Corte. E como o romance misturava, com malévolo engenho e pretensão de realidade, cenas e episódios verosímeis com alusões e imputações meramente fantasistas, a curiosidade citadina respondeu a tais estímulos com uma excepcional e generalizada curiosidade. A prova do estado comatoso do regime foi, de algum modo, certificada pela fraca reacção a este vergonhoso escrito. Os protestos dos monárquicos não se fizeram ouvir senão muito debilmente. O campo republicano rejubilou discretamente, vendo na desqualificação moral da família real e dos seus áulicos a concretização de um dos objectivos da sua própria propaganda.

Publicado por Amadeu Carvalho Homem

Memorial Republicano LII

(Presos políticos no tempo da ditadura de João Franco)

"Uma Ditadura de Sangue e de Suborno"

É imperioso que se sublinhe infatigavelmente esta realidade: a ditadura de João Franco foi favorecida pelo rei D. Carlos, que a desejava ardentemente, apesar dessa manifestação de excepcionalidade legal vir ao arrepio da vontade de todas as formações e sensibilidades políticas. E esta ditadura significou no país a instabilidade, a insegurança, a violência e o atropelo do mais vago vislumbre de constitucionalidade. A visita que o chefe do governo fez ao Porto, em 17 de Junho de 1907, deu origem a episódios de permanente tumulto. Coimbra recebeu a passagem do comboio oficial mimoseando-o com o arremesso de indizíveis coisas. No regresso a Lisboa, finda a visita, viveram-se momentos de uma previsível contestação, tendo-se imediatamente travado, na estação do Rossio, as mais graves escaramuças entre populares e forças policiais. Houve vítimas mortais entre os civis. O Jornal da Noite, órgão de imprensa do franquismo, logo se apressou a declarar que todos os excessos tinham sido devidos sobretudo ao chefe republicano José Relvas e a José de Alpoim, eminência notória da Dissidência Progressista.

As constantes perturbações da ordem pública, longe de terem favorecido uma serena meditação sobre as suas causas profundas por parte de João Franco e do seu patrocinador régio, reforçou neles a vontade de tudo submeter, utilizando, na totalidade, o ferro e o fogo disponíveis. É isto que explica a saraivada de textos legais, aprovados à pressa, para ser conseguida não tanto a pacificação racional de uma situação anómala, mas antes para ser alcançado o vexame de uma capitulação perante o arbítrio daquele Poder, que quase ninguém acarinhava. A imprensa hostilizava o governo? Logo o decreto de 20 de Junho a submeteu à vigilância dos governadores civis. As datas previstas para a realização de eleições municipais ameaçavam o “quero, posso e mando” ? Fez-se à pressa o decreto de 14 de Outubro, adiando-as sine die. Havia sinais de insurreição clandestina? A réplica veio com a atribuição de competências alargadas aos Juízos de Instrução Criminal, através do decreto de 21 de Novembro, apelando para o julgamento de atentados contra a segurança do Estado. Era uma figura tão vaga, esta da abstracta “segurança do Estado”, que ninguém a sabia identificar com rigor. As autarquias revelavam-se refractárias ao franquismo? Imediatamente se dissolveram as vereações legítimas, que o decreto de 12 de Dezembro substituiu por “comissões de gerência”, aliadas do governo. Lentamente, Portugal converteu-se numa coutada desse “regedor de paróquia”, boçal e iracundo, que era João Franco. E a dignidade real sofreu a usura homóloga, o implacável embaciamento dos restos do prestígio que sobrava do passado.

Foi em ditadura que se resolveu o candente problema dos “adiantamentos à Casa Real”, embora de maneira desastrada e pouco transparente. As dívidas da realeza foram, segundo muitas vozes, francamente deflacionadas. Procurou depois estabelecer-se um encontro de contas com os montantes de arrendamentos ao Estado de propriedades da Casa de Bragança. Uma parte significativa da opinião pública contestou que o iate “Amélia” , adquirido com verbas públicas, fosse integrado no património régio. O Correio da Noite, representativo do Partido Progressista, veio falar numa “ditadura de sangue e de suborno”, não recuando um milímetro em relação à salvaguarda da figura do monarca. Este era apresentado “armado de bacamarte, atirando aos adiantamentos”.

Estava ali, à vista de todos, uma ditadura desacreditada e uma monarquia periclitante. D. Carlos decidiu vibrar-lhe mais uma machadada ao conceder ao jornal parisiense Le Temps, através do jornalista Joseph Galtier, uma entrevista no decurso da qual produziu afirmações pasmosas. Uma das mais devastadoras foi a de que dera a Franco as condições da ditadura porque nele se plasmavam “garantias de carácter”. Ou seja: o raciocínio a contrario permitia concluir que os demais governantes, passados ou potenciais, tinham sido garrotados pelo rei … por não se lhes reconhecer “carácter” !! O insulto era tão explícito e provocatório que suscitou uma hecatombe de fidelidades monárquicas. Augusto José da Cunha, antigo ministro e ex-perceptor do rei, o Par do Reino Anselmo Braamcamp Freire e um descendente do honrado Marquês de Sá da Bandeira, Faustino de Sá Nogueira, entre muitos outros que se calaram por inércia, logo vieram a público manifestar a sua decepção. Por seu turno, com a sua certeira e letal acutilância, João Chagas logo veio caracterizar o deprimente espectáculo, falando num rei que governava “contra todos os partidos e homens que o serviram”.

Era possível decair ainda mais? O futuro iria provar que sim.

Publicado por Amadeu Carvalho Homem

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Efemérides Republicanas em Julho

Dia 1

1867 - Decreta-se o Código Civil. Este código foi elaborado por Barjona de Freitas e pelo Visconde da Ribeira Grande.

1867 - É abolida a pena de morte e de trabalhos públicos em Portugal, estabelece-se a pena de prisão celular e a reforma do júri.

1870 - Sai no Porto o primeiro número do semanário republicano O Combate.

1893 - Julgamento dos estudantes Carlos Amaro, Emílio Costa, Carlos Marques e José Barroso, por serem autores de um artigo publicado no semanário Barricada intitulado "Ao Rei". Foram condenados a vinte dias de prisão e a 100$000 réis de multa.

1895 - Realiza-se um sarau anti-jesuítico no Salão Terpsichore, à Praça das Flores (Lisboa).

1897 - É querelada a Marselheza.

1906 - O Dr. José Benevides, antigo membro do Directório do Partido Republicano parte para S. Tomé e Principe.

1906 - É eleito no Porto o Congresso do Partido Republicano, ficando assim constituído: Dr. Bernardino Machado, Afonso Costa, António José de Almeida, António Luís Gomes, Celestino de Almeida; como suplentes: Albano Coutinho, Francisco Fernandes Costa, João José de Freitas e Inácio de Magalhães Basto.

Dia 2

1881 - Sai no Funchal o primeiro número do semanário republicano O Independente.

1882 - Comícios realizados em Lisboa, Almada e Coimbra contra o sindicato da Salamancada.

1882 - Realiza-se em Pedrouços (Lisboa) - Hotel Tejo, um banquete republicano com 120 talheres, em homenagem aos quatro membros do Clube Fernandes Tomás que tinham sido condenados a prisão por fazerem parte dos corpos gerentes daquela agremiação.

1885 - Fundação, em Lisboa, da Associação do Livre Pensamento.

1902 - Morre no Porto o sr. Joaquim Bessa de Carvalho.

Dia 3

1881 - Sai em Lisboa o primeiro número do semanário republicano A Scentelha.

1881 - É preso na cadeia do Limoeiro o poeta Gomes Leal, autor do Hereje e do Anti-Cristo, por ter escrito a Traição.

1881 - É inaugurado em Alcântara (Rua do Livramento, nº 88), o Clube Razão e Justiça, sob a presidência de Sebastião de Magalhães Lima.

1900 - Nova querela sobre o jornal Pátria.

1908- O Dr. Miguel Bombarda refere-se na Câmara dos Deputados, à necessidade do estabelecimento do Registo Civil obrigatório, dissertando sobre as religiões, com que o Estado nada tem, protestando contra a intervenção do clericalismo na governação pública e declarando-se anti-clerical.

Dia 4

1833 - Morre Borges Carneiro um dos paladinos da Revolução de 1820, preso no forte de S. Julião da Barra.

1880 - Inicia publicação no Porto o semanário republicano O Estado do Norte.

1880 - Banquete no Bairro Camões, presidido por Manuel de Arriaga e oferecido à Câmara Municipal e Comissão Executiva das Festas Camoneanas.

1897 - É publicado por Eduardo Augusto Pinto, o Guia do Registo Civil.

1906 - O Directório do Partido Republicano envia um telegrama de saudação ao Presidente da República Francesa.

Dia 5

1876 - Nasce em Borba o Dr. Caldeira Queiróz.

1876 - Morre Francisco José Nunes.

1881 -Reúnem-se vários centros republicanos para protestarem contra a prisão do poeta Gomes Leal.

1897 - É querelada a Marselheza.

1908 - Realiza-se um comício no Porto contra os adiantamentos à Casa Real, havendo tumultos, cargas de cavalaria e várias prisões.

Dia 6

1902 - É instituído o prémio Luís Derouet na Escola 31 de Janeiro.

Dia 7

1880 - Nasce no Funchal o Dr. Carlos Olavo.

1883 - Morre em Lisboa, Canuto Félix António Moreira, um dos fundadores da Associação Escolar Fernandes Tomás, e ainda que anonimamente foi um dos homens a quem o Partido Republicano deve a realização de importantes serviços.

1897 - Morre em Viseu o saudoso republicano Dr. António Correia de Lemos.

1906 - No Porto, à chegada do chefe de governo há manifestações republicanas. 1906 - Reúne a direcção do Grémio Federal Republicano.

1906 - Reúne a Comissão Municipal Republicana do Porto.

1906 - O Directório do Partido Republicano convida o povo do Porto a um comício público no dia 15 de Julho.

1908 - A Associação do Registo Civil resolve , em nome do povo de Lisboa, entregar uma representação reclamando o Registo Civil obrigatório.

Dia 8

1840 - Nasce o Dr. Manuel de Arriaga na Horta (Açores).

1906 - Reúne-se em Guimarães o Congresso Regionalista do P.S.P.

1906 - O Dr.Bernardino Machadoé solicitado por um influente de Aviz a ir àquela localidade realizar uma conferência.

Dia 9

1882 - Comício em Aveiro contra o sindicato da Salamancada.

1906 - Chega a Lisboa o abade Paes Pinto que é recebido com grandes manifestações republicanas.

1906 - O sr. Sá Pereira realiza uma conferência no Centro Republicano Rodrigues de Freitas.

Dia 10

1881 - Manifestações republicanas em Carrazeda de Ansiães, por ocasião da feira mensal.

1906 - Fica definitivamente instalado na sua sede o Centro Eleitoral Republicano Democrático Elias Garcia, na Cova da Piedade.

Dia 11

1885 - Augusto Fuschini apresenta no Parlamento um projecto de lei sobre o trabalho dos menores.

1906 - Assinala-se o aniversário da morte do valioso republicano Sebastião Correia Saraiva Lima.

1908 - João Chagas realiza em Lisboa uma conferência sobre os adiantamentos.

Dia 12

1780 - Nasce Mouzinho da Silveira.

1880 - Inicia publicação no Porto o semanário O Republicano.

1897 - São apreendidos os jornais País e Marselheza.

1900 - Ernesto da Silva inicia a sua colaboração com o jornal Pátria.

1902 - O ministro Teixeira de Sousa estabelece o Registo Civil para os estados da Índia, mas mandando-os efectuar respectivamente por párocos, regedores e chefes dos comandos militares.

1906 - Chega a Lisboa D. José de Salmeron, filho do patriarca republicano espanhol D. Nicolau de Salmeron.

1906 - É eleita a Comissão Paroquial Republicana de S. José.

Dia 13

1878 - Sai em Lisboa o primeiro número do semanário republicano A Bandeira Republicana Democrática.

1906 - Parte para Cabanas [Carregal do Sal], o abade Paes Pinto, um dos revolucionários do 31 de Janeiro.

1908 - Afonso Costa realiza um notável discurso sobre a questão dos adiantamentos na Câmara dos Deputados.

Dia 14

1878 - Realiza-se um comício republicano no Porto, em que Rodrigues de Freitas apresenta o seu programa como candidato republicano.

1889 - Terminam, no Páteo do Salema (Lisboa), as festas comemorativas do 1º Centenário da Tomada da Bastilha.

1901 - Realiza-se em Lisboa, no Restaurant Paris, um banquete organizado pelos revolucionários portugueses.

1908 - O Dr. Miguel Bombarda entrega na Câmara dos Deputados a representação da Associação do Registo Civil, pedindo a obrigatoriedade do registo civil. A comissão era composta por Teófilo Braga, Magalhães Lima e Botto Machado.

1908 - Afonso Costa bate-se em duelo com o Conde de Penha Garcia, devido às acusações de Afonso Costa de cumplicidade no escândalo dos adiantamentos por parte do segundo.

1908 - Constitui-se em Lisboa o Grupo Anti-Clerical 14 de Julho de 1908.

Dia 15

1873 - Bernardino Machado toma o grau de bacharel pela Universidade de Coimbra.

1885 - É criada em Lisboa a Associação Propagadora do Livre Pensamento. Esta associação publicou a revista mensal Livre Exame.

1889 - Realiza-se em Paris o Congresso Internacional Socialista onde os socialistas portugueses estão representados por Viterbo de Campos e Luís de Figueiredo.

1906 - Realiza-se no Porto um grande comício republicano presidido pelo Dr. Nunes da Ponte, proferindo discursos na ocasião os Drs. Eduardo d'Abreu, Afonso Costa e António José de Almeida.

1906 - Em Lamego realiza-se uma conferência republicana com o sr. Dr. Antão de Carvalho.

1906 - Realiza uma conferência no Centro Rodrigues de Freitas, o Sr. Augusto José Vieira.

Dia 16

1905 - Augusto José Vieira realiza uma conferência no Clube 8 de Maio.

Dia 17

1897 - É intimado pelo Ministro da Guerra a partir para Lourenço Marques o Dr. Brito Camacho.

1906 - O Mundo publica na íntegra o discurso do Dr. Eduardo Abreu no comício do Porto.

Dia 18

1906 - É entregue ao dr. António José de Almeida uma mensagem coberta de assinaturas republicanas comemorando o dia do seu aniversário.

Dia 19

1900 - Reúne a direcção da Associação Propagadora de Instrucção e Benficência José Elias Garcia.

Dia 20

1906 - Inauguração do Centro Fernão Boto Machado.

Dia 21

1901 - É notificada uma querela a O Mundo.

1906 - Reúne a Comissão Municipal Republicana do Porto para tratar de assuntos eleitorais.

Dia 22

1906 - É eleita a Comissão Distrital Republicana de Coimbra.

1906 - Realiza-se em Beja um banquete em honra do Dr. Aresta Branco.

1907 - Agostinho Fortes realiza uma conferência na Academia de Estudos Livres.

Dia 23

1881 - Funda-se na cidade da Guarda o Centro Republicano Democrático.

1897 - É apreendida a Marselheza e da Folha do Povo.

1897 - É eleita a Comissão Municipal Republicana do distrito de Coimbra.

Dia 24

1896 - É proibida pela polícia uma manifestação liberal à memória de Sara de Matos.

1897 - Proíbe-se um comício republicano em Gaia.

Dia 25

1879 - Realiza-se o primeiro registo civil de casamento em Vila Real.

1897 - A polícia cerca a tipografia onde se imprimia O País, impedindo a circulação deste periódico, da Marselheza e da Folha do

Dia 26

1874 - Morre no Porto o poeta e escritor Guilherme Braga, autor de Os Falsos Apóstolos e do Bispo. O seu funeral realizou-se civilmente.

1889 - No Centro Fraternidade Republicana, no Pateo do Salema, Elias Garcia realiza uma conferência sobre a Revolução Francesa, cujo centenário aquele centro comemorara com grandiosas festas que duraram desde 5 de Maio até 14 de Julho.

1892 - Morre o major Adelino da Cruz, colaborador dos jornais republicanos Batalha e Voz Pública do Porto.

1896 - Trasladação, no cemitério dos Prazeres, de Sara de Matos, do coval onde estava enterrada para o jazigo mandado fazer por subscrição pública.

1908 - Morre no Porto o livre-pensador Adolfo Leite de Magalhães que publicou a poesia Cristo no Vaticano, atribuída a Vitor Hugo.

Dia 27

1873 - Os socialistas portugueses protestam pública e solenemente contra as calúnias da imprensa que deturpa os acontecimentos de Alcoy.

1896 - Morre no Porto o eminente republicano Rodrigues de Freitas.

1907 - O Mundo publica as declarações feitas pelo eminente republicano Dr. Bernardino Machado a um redactor do Matin sobre a crise política em Portugal.

Dia 28

1896 - Realiza-se o funeral civil de Rodrigues de Freitas.

1901 - Realiza-se em Lisboa uma manifestação anti-jesuítica.

1907 - Realiza-se uma grande manifestação de apoio popular ao Dr. Bernardino Machado, na sua casa da Travessa do Pinheiro, recebendo o ilustre republicano durante o dia a visita de muitos correligionários e adesões de todo o país.

Dia 29

1900 - Realiza-se no Porto um banquete para comemorar a concentração democrática.

1907 - O Mundo publica uma carta do antigo ministro da fazenda Augusto Fuschini.

Dia 30

1880 -Sai em Lisboa o primeiro número da revista mensal, cientifica e literária Era Nova.

1897 - É proibida a circulação da Marselheza e da Voz Pública.

1899 - o Dr. Teófilo Braga realiza uma conferência na Associação ds Lojistas.

1900 - Promovido pela Federação dos Círios Civis inaugura-se em Lisboa um congresso anti-clerical.

1902 - É querelado O Mundo.

1907 - O Mundo publica, traduzida em português, uma entrevista do redactor do Heraldo, de Madrid, D. Luís Morote com o Dr. Bernardino Machado.

1907 - No Grémio Comércio e Indústria realizou-se uma sessão de homenagem ao Dr. Magalhães Lima.

Dia 31

1881 - Inauguração do Centro Eleitoral Republicano Mouzinho da Silveira, na rua de S. Lázaro, 15, 2º.

1907 - O Mundo anuncia a colaboração diária do escritor e jornalista republicano João Chagas.

Publicado por Carlos Ferreira